“Click” (2006) deveria ser um filme de comédia, não é? Então por que quase chorei no meio do filme? Não sei se isso aconteceu com mais alguém.
Considero incrível essa capacidade dos filmes e dos livros de tratar questões tão importantes por meio de representações que “brincam” com um problema. Quando a gente menos espera, a narrativa nos leva à verdadeira reflexão que pretendia.
Adam Sandler interpreta o protagonista da narrativa. Ele é um funcionário dedicado, marido apaixonado e “super-pai” de dois filhos. Não é preciso ser pai nem marido para saber que nem sempre é fácil equilibrar tudo isso.
Um dia, em uma loja de departamento bem típica dos filmes norte-americanos, um funcionário (Christopher Walken) oferece a ele um controle remoto que lhe permite “brincar” com a própria vida como se ela fosse um filme. Acelerar as partes “chatas”, pausar, tirar o som dos personagens que incomodam.
A princípio, todas essas brincadeiras parecem muito engraçadas, mas as coisas não terminam bem. O personagem vivido por Adam Sandler entra no estado de “piloto automático”. Mas as coisas nunca terminam bem quando entramos nesse estado.
Me parece que esse é o cerne da reflexão em “Click” (direção de Fank Coraci). As consequências de uma vida vivida sem plena consciência, sem sabedoria. O filme ressalta a importância de estarmos 100% presentes em todos os momentos da vida. Mostra que, se a gente não se policia, a rotina acaba nos levando ao estado de “zumbis”.
Deve ter sido isso que me emocionou. Pensar na realidade infeliz daquele personagem e os traços de semelhança com o mundo real.
É interessante que o nome “Click”, ao mesmo tempo que se refere ao clique do controle remoto, também pode remeter a clicar no sentido de despertar, acordar para a vida, justamente sair do “piloto automático”.
Pelo menos por enquanto, não temos a capacidade de voltar no tempo quando chegamos na reta final da vida. A única coisa que está ao nosso alcance é viver o tempo presente com plenitude. Aproveitar cada momento.
“Click” acaba sendo uma bela comédia dramática reflexiva, se é que esse gênero existe.
Vale a pipoca, o guaraná e um misto de risadas e lágrimas.
Sobre o autor: Rafael Miramoto, 30 anos. Alguém que gosta de estudar, refletir e compartilhar. Tem dois contos – “Um Grilo pelo Azulão” e “Misericórdia” – publicados na plataforma Kindle, da Amazon.
Leia mais reflexões sobre filmes:
Reflexão nº 29 – “Questão de tempo” e o significado da vida
Reflexão nº 8 – “Homens, mulheres & filhos”: a comunicação nossa de cada dia
Eu super chorei nesse filme! O Gabriel também (e isso é raro!). É demais!
hahaha… o filme supreende, né? A gente começa dando risada e, de repente, começa uma tristeza…rsrs
Dia desses fiquei pensando como seria legal dar um “fast forward” nos momentos repetitivos da vida, mas aí me lembrei desse filme e das consequências e tratei de espantar essa ideia pra lá. Também chorei muito, principalmente por saber que tem tanta gente assim por aí…
Pois é… acho que essa a parte triste, quando a gente vê que o filme tem muita relação com a realidade. E, se a gente não toma cuidado, acaba indo por esse caminho também… Mas tem horas que dá vontade acelerar mesmo (rsrs). Lembrar do filme é um bom remédio.
As vezes sair da rotina e pisar fora da zona de conforto é muito bom, basta dar o primeiro passo para conhecer o mundo que existe lá fora.
Quando você diz que as vezes parecemos “Zumbis”, isso é a pura verdade, hoje em dia muitas pessoas vivem dessa maneira e nem imaginam.
Vale muito a pena ter essa reflexão que o filme passa, para a vida real.
Exato, velho! Há um mundo “lá fora” e, às vezes, não nos damos conta disso… a vida vai passando sem que a gente se dê conta do quanto está perdendo…
Eu também não esperava nem um pouco me emocionar com o filme, mas a reflexão que ele nos permite fazer é muito válida mesmo!
Adriana
Também esperava ver um filme de comédia. Não imaginei que as coisas fossem tomar outro rumo…rs
Acaba fazendo a gente pensar sobre a vida… Rs
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