Em uma “caverna” há tempos esquecida, um indivíduo está prestes a nascer…
Alma: Corpo, está acordado?
Corpo: Agora, estou.
Alma: Não tenho conseguido dormir. Algo me falta, mas não sei bem o quê. Sinto um vazio.
Corpo: Feche os olhos que passa. Mas se estiver com muita fome, posso buscar algo para você comer.
Alma: Não é disso que estou falando. Sinto um vazio interior, na minha existência. Sinto que há algo além das paredes dessa “caverna”.
Espírito: Olá.
O que aconteceu com a arte de comunicar? Parece que estamos desaprendendo a dialogar, ao menos de maneira profunda. Creio que isso seja consequência de uma crise mais profunda: a falta de autoconhecimento. Isso embola todo o resto. Se não sabemos quem somos nem para onde vamos, como podemos nos expressar e compreender o outro? Quantos conflitos internos e externos estamos vivendo por não nos conhecermos?
Por mais que elementos da cultura tentem sufocar traços da natureza humana, continuamos inquietos, sedentos por conhecimentos “proibidos” que, muitas vezes, não sabemos nem nomear. Sabemos que falta algo, mas não sabemos bem o que.
O problema é que quando estamos perdidos, nem sempre é fácil diferenciar o falso do verdadeiro caminho que leva ao conhecimento. Podemos ser laçados por “inverdades”. Muitas vezes, a sede é tanta que, mesmo quando nos deparamos com “água suja”, corremos o risco de tomá-la pensando ser essa a verdadeira água dos deuses.
